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Palestras e palestrantes


Não tenho nada contra malabarismo, violões, mágicas e piadas.
Só acredito que exista o momento certo para que todas essas coisas aconteçam.
Quando vou para uma palestra sobre vendas, quero aprender algo que agregue na área de vendas. Se quisesse fazer mágicas, teria ido para um curso de mágica, com o violão e as piadas é a mesma coisa, existem cursos e literatura para isso.
Sim, eu já paguei por piadas, normal. Fui ao show do Chico Anísio e me diverti muito. Não fui lá aprender sobre vendas, paguei para ouvir piadas. E não esperava que elas mudassem meu jeito de agir ou minha forma de fazer algo.
Duas horas, muitas vezes até menos. É pouquíssimo tempo para passar informações relevantes que podem ajudar outras pessoas. Por isso exige muito cuidado, competência e preparo.
Outro dia um amigo me perguntou se eu já tinha preparado o que iria dizer na palestra da noite. E eu disse a ele que minha preocupação em uma palestra de duas horas ou menos é justamente aquilo que eu não direi.
Trabalho com vendas desde os seis anos e tive o privilégio de atuar com muitos produtos e empresas. Participei de dezenas de cursos e treinamentos, li e leio muitos livros até hoje. Mas consegui uma bagagem relevante. Não que eu esteja satisfeito com ela, isso nunca acontecerá, devido à forma como penso e respeito os estudos.
A prática e a teoria explodindo dentro de mim aliada ao prazer de fazer isso porque gosto e não pelo dinheiro. Fora, o presente de Deus entregue de mãos beijadas.
Na minha mente vejo até a cena:
(Deus) - Robson Dutra.
(Robson) - Sim, senhor.
(Deus) – Vou te dar um dom, aqui está ele. Vou te usar para falar com muita gente!
(Robson) – Entendi Senhor, não irei decepcioná-lo. Onde não puder falar do que o Senhor fez na minha vida não irei.
(Deus) - Assim está bom. Lembre-se todos os dias de onde eu te tirei.
(Robson) – Eu me lembrarei Senhor, eu me lembrarei.


Dicas para contratar um palestrante
1 – NÃO ECONOMIZE. Esse é o tipo de coisa que não vale a pena economizar. Existem profissionais de todos os preços. Tome muito cuidado. Como diz minha sábia avó. O barato muitas vezes sai caro.
2 – QUE SEJA EXEMPLO DAQUILO QUE FALA. Outro dia participei de uma palestra sobre relacionamentos e o palestrante já tinha se separado duas vezes e falou mal da esposa atual. Ficar casado é uma decisão. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche escreveu que devemos nos casar com uma pessoa que gostamos de conversar porque no futuro essa será a única coisa que nos restará. Alguém que não consegue se relacionar com quem ama, ou amou em algum momento, o que pode nos ensinar sobre relacionamentos?
3 – QUE TENHA A TEORIA E A PRÁTICA. Chamaram-me para uma palestra em cima, ou melhor, depois da hora. Recebi o telefonema às 20 horas de um trabalho que teria que ter começado às 19 horas. E ele começou. E o palestrante veio com aquela conversa que nós vendemos nossa imagem o tempo todo. E vendemos mesmo. Mas naquele dia os alunos queriam alguém que já tivesse encostado o umbigo atrás do balcão muitas vezes e interagido com os clientes olhando eles nos olhos. Isso tem o nome de PRÁTICA. Experiência vivida no dia-a-dia de vendas. Quem nunca fez isso, como pode ensinar outros?
4- QUE VIVA NO DIA-A-DIA AQUILO QUE FALA. Sou casado e quando vejo um padre falando de casamento não sei se dou risada ou se choro. Porque só quem já se casou e está casado, sabe o que é um casamento. Homens e mulheres de Venus ou de Marte, sozinhos já são complicados, juntos, dividindo tudo são estressados. O que faz a diferença e a decisão de amar, relevar, escutar, apoiar, dividir, compartilhar, motivar, incentivar, perdoar e continuar juntos. Como uma pessoa vai falar de algo que nunca viveu? Como?
5 – QUE ESTUDE MUITO. Desde que eu me formei, não parei mais de estudar. Tem pessoas que pensam que a faculdade é o final. Ela é o começo. É necessário estudar muito. Um palestrante precisa ser atualizado, ser adepto do estudo contínuo, livros, revistas e artigos devem ser esmiuçados vorazmente.
6 – INDICAÇÃO. O palestrante desenvolveu um bom trabalho em outra empresa? Falaram bem dele para você? Ponto positivo. Converse com quem já o contratou. Tire informações, questione, pergunte se gostaram. Atendeu as expectativas? Cumpriu o cronograma? Abordou os assuntos combinados?
7 – PESQUISE NA INTERNET. Procure por empresas que já o contrataram, testemunhos de quem já participou das palestras, toda informação será muito bem-vinda.
8 – QUE GOSTE DO QUE FAZ. Alguns começam a “palestrar” porque falam bem, compram um livro, decoram o assunto e se dizem palestrantes. Verdadeiros picaretas. Se o computador estragar a palestra acaba. Se queimar a luz do projetor já era. Não tem assunto, não tem bagagem, pensam somente no dinheiro. E quando esse palestrante vai para dentro da sua empresa. Furada na certa! O dinheiro é a conseqüência de um trabalho muito bem feito.
9 – QUE TENHA PRINCÍPIOS.  Conheço palestrantes que falam de Deus em alguns lugares e em outras empresas nem tocam no assunto, mudam seus valores conforme o pedido do contratante. Ou é ou não é. Contrate alguém de valor.
10 – RARIDADE. Nesse mercado os valores são gerados pela raridade do profissional. Quanto melhor, mais prática, mais estudo, mais ético, mais requisitado. Mais raro, valorize esse profissional!



Comentários

  1. Concordo com as dicas, é uma pena que muitas organizações não as sigam. Infelizmente ainda há muita palestra para ocupar o tempo e preencher currículo.
    Em relação a dica 3 (que tenha teoria e prática), acho que depende do público e do assunto. É claro que a prática tem muito valor e com certeza é melhor que o palestrante seja alguém que a possua. Mas, nem sempre isso é fundamental. Dependendo do assunto e dos objetivos de quem está assistindo basta que o palestrante tenha uma boa teoria.
    O que eu não gosto é quando o palestrante começa a enrolar: "cada caso é um caso"; "eu precisaria estudar melhor essa situação", "assim falando fica difícil", "não existe uma receita pronta". Acho que o mínimo que o palestrante deve fazer é apontar alternativas, meios, propostas para os problemas que são apresentados pelos ouvintes, ou exemplos de como ele resolveu ou resolveria casos semelhantes. Mas também não gosto do palestrante "dono da verdade" (aquele que acha que é o cara mais inteligente do mundo, e que acha que aquilo que ele disse é verdade absoluta, pelo simples fato de que foi ele quem disse). Porém, o pior de todos, na minha opinião, é aquele que não tem escrúpulos. Que acha que vale tudo para vender mais (ou conseguir qualquer outro objetivo). Que não liga para a ética e adora usar truques para ludibriar as pessoas. Geralmente apresenta como propaganda a proposta de ensinar "métodos infalíveis para conseguir o que você deseja", é do tipo que adora oferecer "incríveis produtos" para os velhinhos na semana de pagamento da aposentadoria, usa nomes e marcas conhecidas sem autorização, apresenta estatísticas sem nenhuma referência, que passa a maior parte do tempo falando do seu "incrível método" sem ensina-lo nem explicar concretamente do que se trata, e ao final oferece um monte de material que ele próprio vende "por um preço especial", e que apesar de tudo que ele falou, ninguém nunca viu o trabalho dele em lugares sérios (o livro dele, pois ele sempre tem um livro para vender, nunca apareceu em nenhuma livraria da cidade, e agora, sempre tem um cd ou dvd de brinde). Infelizmente não é raro encontrar este último tipo de palestrante. Mas seguindo as suas dicas é possível evitá-los.

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